Uma Aventura na Cidade
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº1
168 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
As gémeas Teresa e Luísa são muito espertas, muito dinâmicas, andam sempre de nariz no ar e prestam atenção a tudo. Um dia, quando passeiam o seu pequeno caniche que dá pelo nome de Caracol, apercebem-se de movimentos altamente suspeitos numa velha garagem e ficam logo em ânsias para descobrir que mistérios se escondem atrás das paredes carcomidas. Mas para investigar precisam de ajuda. Resolvem então fazer contactos na escola e conseguem juntar-se ao Chico, que é forte e corajoso, ao Pedro, que é inteligentíssimo e ao João que, além de ser ágil é atrevido tem um canzarrão chamado Faial. Organizaram-se para enfrentar o perigo e cada um deu o seu melhor. Tornaram-se inseparáveis e em grupo viveram a mais inesperada das aventuras.
ISBN/ 9789722100007
Excerto do Livro
«— Pronto — disse o Pedro, esfregando as mãos. — O João já está lá dentro!
Estava uma noite muito escura e fria. Os candeeiros da rua projectavam grandes triângulos de luz mortiça. Tinha-se levantado uma neblina que dava a tudo um ar de mistério.
— Vamos... tira daí o caixote e atira-o para qualquer lado, não vá chamar a atenção.
A Teresa tremia dos pés à cabeça e cerrava a boca com força para os dentes não baterem.
— Estás com medo?
— Não, estou com frio... vamos!
— Vê se vem alguém...
Avançaram até à porta da frente, olhando em volta. O silêncio era completo.
— Parece boa altura...
— Assobia, Chico. Uma vez.
Chico soltou um assobio breve e aguardaram com o coração a bater muito forte. Não aconteceu nada.
— Se ele não consegue abrir a porta, estamos tramados...
— Consegue... vamos, Chico, assobia outra vez.
Chico voltou a assobiar. Lá de dentro respondeu-lhe outro assobio, abafado pela porta que começou a abrir-se lentamente.
Os rapazes precipitaram-se logo para dentro, esgueirando-se por uma frincha estreita.
— Bolas, que é pesada! — João, muito vermelho do esforço, empurrava com toda a força, agora ajudado pelo Chico.
— Basta! Já chega para entrarem elas e o cão.
— Arf — fez o Faial, satisfeito por estar ali com os seus amigos.
Teresa agarrou o braço da irmã com força:
— Achas que fazemos bem?...
— Agora é tarde para pensar nisso. Vão ser só eles a viver esta aventura e nós, que começamos com tudo, ficamos de fora... nem penses!
Luísa arrastou a irmã para dentro, atrás do Faial.
Quando se viram lá dentro, às escuras, sentiram um calafrio. Que iria acontecer?
— Tenho a boca seca!
— E eu uma bola no estômago...
— Deixem-se disso. O que vocês têm é medo.»
(in Uma Aventura na Cidade, pp. 140-141)