Uma Aventura na Casa Assombrada
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº38
224 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
Que campo de férias sensacional! E depois uns dias na casa da família da Filipa. Mas passam-se coisas tão estranhas... A casa estará mesmo assombrada? Assustadora e emocionante, esta é com certeza a melhor aventura da colecção!
(ISBN) 9789722111225
Excerto do Livro
«A meio da noite Pedro despertou estremunhado. Não sabia ao certo onde estava, estranhou a falta dos panos da tenda e a moleza do chão. "Já acabou o acampamento mas isto não é o meu quarto". Pensou com as ideias envolvidas em nebulosa. "A...". Um ruído surdo seguido de estalidos pô-lo de sobreaviso. "O que é isto?" Sentara-se na cama a esfregar os olhos e apesar da escuridão pegou nos óculos. Os ruídos continuavam: crac... crac..., com um certo ritmo de barulho e pausas salteadas. Não se tratava portanto de estalidos na madeira. Olhou pela janela e chuva também não era. "Ratos?" Apurou o ouvido e ficou sem pinga de sangue porque lhe pareceu ouvir uma respiração ofegante atrás da parede. — Chico! — chamou em surdina. — Chico! Queria acender a luz e não atinava com o fio do candeeiro. "Ah... ah..." A respiração alterara-se e agora ressoavam suspiros! Gelado de pavor, saltou da cama e foi abanar o Chico. — Acorda, pá! Ele sobressaltou-se. — Hã... o que foi? Hã? As raparigas, acordadas pelo mesmo som cavernoso, reagiram lançando-se pela escada abaixo a chamar pelos amigos. Chocaram com eles, tropeçaram uns nos outros e rebolaram pelo tapete em várias direcções. Pedro deu uma bruta cabeçada na parede, Filipa magoou-se horrivelmente no bico de uma mesa, as gémeas derrubaram peças de loiça e os gemidos foram abafados por um berro monumental e gutural: — Uahrrr... Seguiu-se uma berraria desafinada e a luz acendeu-se como que por encanto. Estavam todos brancos como a cal e entreolharam-se apalermados. — O que é que aconteceu? — gaguejou a Filipa. — Ah... — Ouvi barulhos... — Eu também. Instintivamente calaram-se, e o silêncio abateu-se sobre eles como uma garra.
— Tenho os ombros gelados — queixou-se a Teresa. Luísa esfregou os próprios braços como se também ela sentisse frio. — Quem é que acendeu a luz? — perguntou. — Quanto a isso não se preocupem — informou o Pedro. — Carreguei num botão por acaso. — E quem é que deu berros tipo urso enfurecido? O João e o Chico acusaram-se, abanando a cabeça, e deixaram-se cair ambos no sofá. — Acho que vi um fantasma — disse o João por fim. — Ou melhor, tenho a certeza.»
(in Uma Aventura na Casa Assombrada, pp. 46-47)